domingo, 12 de fevereiro de 2012

O aborto e as pesquisas com células-tronco (K.Stumpf)

     Ao longo da história da humanidade, houve centenas de legislações mundiais que proibiram a prática do aborto. Contudo, nem por isso as mulheres deixaram de abortar, quando entendiam necessário. O aborto, historicamente, é relatado em antigas civilizações e, também, em tribos indígenas de todo o mundo.
 
     As sanções acerca dessa prática decorrem da bíblia, fazendo parte do código moral intensamente pregado pelo cristianismo. No entendimento cristão, um embrião já possui “alma” e, por isso, só quem tem o poder de cessar sua formação é Deus.
 
     Em que pese essa concepção, muitos países desenvolvidos, em sua maioria situados no continente europeu, superaram as barreiras dogmáticas/religiosas e passaram a legislar à favor do aborto, tratando-o como questão atinente à saúde feminina e, com isso, beneficiando milhares de europeias que sofriam com gestação indesejável e/ou problemática.
 
     Nesses países, prevaleceu a premissa de que o assunto é exclusivamente de interesse da saúde pública, logo, do Estado, que é Laico, não de instituições religiosas. Estas últimas, inclusive, deveriam estar adstritas à esfera da metafísica, evitando-se o risco de manipulação da sociedade baseada em meras especulações - que se situam no campo do subjetivismo.
Ademais, o aborto tratado como questão de saúde pública previne que mulheres procurem por clínicas clandestinas, ou ainda, provoquem abortos - considerando-se que ambas as ações retrotranscritas são fatores de mortalidade feminina elevada.
 
     Nos países contrários ao aborto, o apelo cristão, sobretudo da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana), sobrepôs o interesse das mulheres, seguindo a posição bíblica de que o homem deve garantir sua descendência - em outras palavras - deve procriar. Isso explica a motivação da luta anti-aborto. Os avanços tecnológicos na órbita das técnicas reprodutivas tornaram as mulheres capazes de garantir sua descendência sem a presença da figura paterna e, destarte, digamos que isso é o suficiente para causar pânico nos advogados da bíblia. Para a ICAR, o aborto é um caso de excomunhão latae sententiae (automática) e, segundo a doutrina católica, a pessoa estaria condenada ao inferno.
 
     Com essas ideias conservadoras, os Estados Unidos, por exemplo, encontram resistência na legalização do aborto em algumas de suas províncias. Na América Latina não é diferente, pois o movimento pró-aborto tem histórico recente, tendo iniciado-se tardiamente, em relação aos países desenvolvidos. O Código Penal Brasileiro, verbis gratia, prescreve em seu artigo 128 dois casos excepcionais para a realização de aborto: Aborto necessário, se não houver outro meio de salvar a vida da gestante, e aborto em caso de gravidez decorrente de estupro. Nessas circunstancias, a ilicitude é afastada, operando-se a descriminalização da conduta (aborto).

     Consoante aos dados do Ministério da Saúde do Brasil¹, no ano de 2006 cerca de 220 mil mulheres foram internadas para a realização de curetagens pós-aborto, em virtude de complicações causadas por abortamentos espontâneos e provocados. Consequência disso, o governo gastou em torno de 33 milhões de reais somente naquele ano. Ainda, segundo estudos, o aborto é a quarta causa de mortalidade materna².

     Em 1995, na Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, em um trecho da Declaração de Pequim, formalizada naquele ato, constava:


“(…) estamos convencidos de que o reconhecimento explícito e a reafirmação dos direitos de todas as mulheres de controlar todos os aspectos de sua saúde, em particular sua própria fertilidade, é básico para seu fortalecimento".³

     Foi na conferência supra que os representantes políticos brasileiros comprometeram-se em tratar o aborto como saúde pública, deixando-se à margem as interpretações religiosas.As estatísticas revelaram a ineficácia da criminalização do aborto no Brasil, ao mesmo passo em que retratam a inadequação social desse delito. É preciso, com urgência, descriminalizar a prática abortiva, e estruturar os hospitais para que possam atender as gestantes de forma que elas deixem de realizar abortos clandestinamente – o que, de fato, é um risco eminente à saúde da mulher.

     Deve-se abandonar as interpretações religiosas que circundam o tema, para então pensar unicamente na saúde física e psíquica feminina. Cumpre lembrar que desde o ano de 2004 as mulheres estão movimentando a campanha pró-aborto, com o lema: “Aborto, as mulheres decidem, a sociedade respeita, o Estado garante”(4).

     Para melhor compreensão do fato de haver tanta resistência religiosa acerca da prática abortiva, devemos conhecer a visão metafísica que a doutrina cristã impõe sobre o embrião. Para eles, como já citado, o embrião possui uma alma. Teologicamente, não há consenso sobre o exato instante em que essa alma seria inserida no embrião. A corrente cristã majoritária defende que o espírito se une ao embrião no mesmo instante em que o espermatozóide penetra a parede do óvulo, ou seja, no ato da fecundação. Não há qualquer ensinamento bíblico sobre o momento em que a alma se insere ao corpo, portanto, todos os dogmas inerentes ao assunto têm origem na mente de teólogos e líderes religiosos, restando aos fiéis a incumbência de crer/acreditar.

     Um dos paradoxos dessa visão religiosa consiste no fato de que 2/3 a ¾ dos óvulos chegam a ser fecundados, mas não conseguem se fixar no útero. A questão é: se foram fecundados e, desta forma, receberam espírito, logo a perda desses óvulos infertilizados pode ser entendida como milhões de abortos espontâneos? Outra dúvida é: qual o destino dessas milhares de almas que já estavam inseridas nos óvulos fecundados? Este número de espíritos, inclusive, ultrapassaria milhões de vezes o número de habitantes de nosso planeta.

     Outra questão mal explicada pelo cristianismo é a dos gêmeos monozigóticos (idênticos). Estes são formados por um único espermatozoide, e se dividem em duas células completas, após a fecundação. Faz-se necessário, desta forma, uma explicação teológica convincente acerca de como ocorre a divisão da alma, que se supõe, já estava inserida, pois já havia ocorrido a fecundação. Já nos gêmeos xifópagos (siameses), a célula embrionária não chega a se dividir completamente, resultando na concepção de gêmeos unidos por alguma parte do corpo. Estes últimos possuem apenas uma alma? Ou são como os gêmeos idênticos, possuindo cada um a sua? Creio que não poderiam usufruir de uma única alma, pois resultaria em novo paradoxo para a teologia: A questão do livre arbítrio. Por exemplo, se um dos gêmeos cometesse pecados, o outro seria condenado ao inferno juntamente.

     Contrapondo a ótica acima, parcela minoritária da doutrina cristã defende que a alma se insere no embrião, mas somente atinge seu estágio padrão quando em conjunto com o cérebro, ou seja, após a formação encefálica do nascituro. Esta ideia nos dá o entendimento de que a alma necessita do cérebro para ser completa. Todavia, exsurgem novas dúvidas, como por exemplo: Após a morte, quando ocorreria a separação da alma não-física do corpo físico, como poderia essa alma sofrer com o castigo do inferno ou desfrutar da vida eterna no paraíso sem estar agindo em conjunto com o cérebro?

     Na visão científica, nos três primeiros dias de existência, i.é., após a fecundação, um embrião é, em verdade, um conjunto de células indiferenciadas, que têm potencial para mutações. Este conjunto é denominado blastocisto, e constitui as células-tronco embrionárias. Logo, devemos entender que as células-tronco são extraídas do blastocisto, e não propriamente de um embrião. Para se ter uma ideia, o cérebro de uma mosca é formado de mais de 100 mil blastocistos e, apesar disso, nenhum cristão defende a preservação da vida das moscas (5).

     As células-tronco representam para a medicina a esperança de cura para diversas doenças e traumas, visto que elas têm potencial para compor tecidos danificados. Não obstante, as pesquisas com células-tronco encontram resistência da moral-religiosa em todo o mundo – essa moral que religiosos conservadores tentam rotular como ética. Outra questão que fica atrofiada pela religiosidade é a do aborto em casos de anencefalia. A anencefalia é uma patologia letal. Não há qualquer perspectiva devida extra-uterina, nem tratamento paliativo, para um feto com anencefalia. Trata-se da má-formação do tubo neural, ocorrida durante a formação embrionária, e que resulta na ausência de parte do encéfalo e da calota craniana. O diagnóstico se dá a partir da 12ª semana de gestação.

     Em 20 de outubro de 2004, foi cassada no STF a liminar que autorizava a interrupção da gestação de fetos anencéfalos e cessava com o trauma das gestantes. Na ocasião, o voto do Ministro Antonio Cezar Peluso foi paradigmático, pois ilustrou o posicionamento da maior parte dos ministros do STF:

“A integridade física e biológica da vida intra-uterina também está em jogo. Depois, o sofrimento em si não é alguma coisa que degrade a dignidade humana; é elemento inerente à vida humana. O remorso também é forma de sofrimento… Nem quero discorrer sobre o aspecto moral e ético – não me interessa – de como o sofrimento pode, em certas circunstâncias, até engrandecer pessoas(…) (Peluso, 2004).

     Não resta dúvidas de que na decisão exposta há forte influência da moral-cristã, presente inclusive na história política e social deste país. No entanto, os nossos juristas esquecem a premissa maior contida na Constituição, de que o Brasil é um Estado-laico, no qual não deve haver intervenção religiosa nas questões do Estado, tampouco em decisões que dizem respeito à coletividade. Mas, obviamente, nossos políticos assumem o poder com suas bases míticas enraizadas, e em decorrência disso acabam por representar interesses de suas comunidades religiosas, quando deveriam representar a sociedade como um todo e privar pelo bem-estar das pessoas, não pela espiritualidade de uns e outros.

     Entendo que, para se falar em direito à vida, deve inicialmente haver potencialidade para a vida. Um anencéfalo não tem, pois tal distúrbio é irreversível, sendo que o bebê está condenado a nascer para passar por uma situação agonizante e em breve morrer. Isto, sem considerarmos o sofrimento de uma mãe, e todos os transtornos físicos e psicológicos que enfrenta numa gravidez que não logrará êxito. Entretanto, de acordo com Peluso, "o sofrimento pode engrandecer uma pessoa." Isto nos remete à filosofia de Cristo, da angústia e do sofrimento como pressupostos para uma alma enaltecida.

     Algumas gestantes chegaram a ingressar judicialmente em busca de autorização para antecipar o parto de feto anencefálico. Aquelas que conseguiram autorização judicial, se depararam com novo impedimento, causado pela intervenção de sacerdotes cristãos que ingressaram com habeas corpus, representando o feto. Contudo, nem todos os Ministros do STF são contra o aborto. Vejamos um trecho de um voto do Ministro Celso de Mello, contrário ao habeas corpus impetrado por um sacerdote, com objetivo de impedir a interrupção de uma gestação de feto anencéfalo:


“(...) o dogmatismo religioso, e digo isso porque a decisão que motivou esse habeas corpus foi provocada - e não questiono as razões do impetrante - mas foi provocada por um sacerdote católico, que postulou a adoção de medida diametralmente oposta àquela perseguida por essa jovem gestante. (...) o dogmatismo religioso revela-se tão opressivo à liberdade das pessoas quanto a intolerância do Estado, pois ambos constituem meio de autoritária restrição à esfera de livre arbítrio e de auto-determinação das pessoas, que hão de ser essencialmente livres na avaliação de questões pertinentes ao âmbito de seu foro íntimo, notadamente em temas do direito que assiste à mulher, seja ao controle da sua própria sexualidade, e aí surge o tema dos direitos reprodutivos, seja sobre a matéria que confere o controle sobre a sua própria fecundidade.” (Mello, 2004, HC nº 84025-6)


     O habeas em voga foi julgado prejudicado, visto a ocorrência de fato superveniente, quando da morte do feto antes da decisão da côrte. Vejamos também o voto relatado na suprema corte pelo Ministro Joaquim Barbosa, consoante ao habeas corpus supramencionado:


“(…) dizer-se criminosa a conduta abortiva, para a conduta em tela, leva ao entendimento de que a gestante cujo feto seja portador de anencefalia grave e incompatível com a vida extra-uterina está obrigada a manter a gestação. Esse entendimento não me parece razoável em comparação com as hipóteses já elencadas na legislação como excludente da ilicitude de aborto, principalmente porque estas se referem a interrupção de gestação de feto cuja vida extra-uterina é plenamente viável. A manutenção de uma gestação cujo feto é portador de anencefalia afeta gravemente o direito à vida digna da mulher. Este tabu ainda não foi vencido no Brasil porque encontra como obstáculo a forte influência do catolicismo na estrutura legal do país. Enquanto isso, muitas mulheres são submetidas à intensa tortura e ao longo sofrimento do período de gestação num caso de anencefalia, quando estão cientes de que geram uma criança que tão breve morrerá.” (Barbosa, 2004, HC 84025-6 RJ, DJ 25/06/2004, Ementário nº 2157-2, p. 354).


     Todavia, não é somente em questões relativas ao aborto que encontramos a religião como obstáculo. O jornal americano The New York Times em sua edição de 30 de dezembro de 2005 publicou uma notícia sobre a proibição, na época, de uma vacina contra o vírus HPV nos EUA. O texto trazia como título “Forbidden Vaccine”, e explicava os motivos da proibição do uso do recurso médico. A ciência, outra vez, encontrava em seu caminho o grande obstáculo chamado religião. Houve intensa resistência à aprovação da vacina por parte dos membros do governo que eram conservadores cristãos, sob a alegação de que o vírus HPV servia para evitar que jovens e adolescentes tivessem relações sexuais antes do casamento. Em outras palavras, o vírus serviria como castigo e como exemplo moral de que não se deve praticar sexo antes do matrimônio.

     O problema é que de acordo com o Center for Desease Control (Centro de Controle de Doenças), no mundo todo, c. 200 mil mulheres morrem todo ano de câncer cervical, doença causada pelo vírus HPV ou papilomavírus humano. Notamos aqui, mais uma vez, a ignorância causada pela fé, que entrava a ciência e retarda a expectativa de uma vida melhor para a humanidade.

     Outro avanço científico que ainda encontra resistência do cristianismo, inclusive no Brasil, diz respeito ao estudo com células-tronco, como foi comentado alhures. Recapitulando, estas células são extraídas de embriões (com três dias de idade, em tubos de ensaio), e com elas é possível reproduzir qualquer parte do tecido humano. Seria possível, por exemplo, avançar significativamente em busca da cura de tumores malignos. Entretanto, os cristãos conservadores estão mais preocupados com a "alma dos embriões de três dias de idade" do que com as milhares de pessoas que aguardam com esperança por avanços na medicina que possibilitem curas. Para os religiosos, a alma de um embrião é pura, sem pecados, enquanto que aqueles que morrem de doenças certamente já possuem pecados e, portanto, são almas impuras destinadas a queimar no inferno. Aliás, é complicado entender como algo imaterial (a alma) possa queimar no fogo.

     Resta-nos saber se haverá resistência religiosa quando cientistas lograrem êxito na formulação de uma vacina contra a Aids. Se seguirem a “premissa do HPV”, já podemos antever o posicionamento cristão no debate. Em se tratando da Aids, doença que mata homens e mulheres em todo o planeta, é de grande valia conhecermos o trabalho dos missionários cristãos no continente africano, o mais atingido pela doença. Sabe-se que eles pregam, acima de tudo, os valores bíblicos, obviamente. Dessa feita, ensinam os africanos a não utilizarem preservativos, explicando que tal ação lhes permitirá a salvação junto ao Senhor. Muitos desses missionários nem imaginam o mal que estão cometendo, uma vez que estão tomados pela fé religiosa e, assim, desprovidos de uma consciência humanista. Em suma, eles agem pela crença e não pela razão. Basta analisarmos a disseminação da Aids na maioria dos países africanos para compreendermos a força destrutiva da palavra divina - ou, ainda, outros problemas como, v.g., o aquecimento global, que é tratado com despreocupação e indiferença por muitos doutrinadores cristãos, haja vista que pregam e aguardam ansiosos pelo apocalipse. Para muitos fiéis fervorosos, uma catástrofe mundial seria recebida com muita euforia, como o dia prometido pelo Senhor. Para nós, realistas, isto é auto-destruição, ignorância!

Notas:

1. Entrevista com o Ministro José Temporão. Folha de São Paulo, 09/04/2007.
2. Monteiro, Mario F. G. & Leila Adesse. A Magnitude do aborto no Brasil: Uma análise dos resultados de pesquisa no Brasil. Instituto de Medicina Social do Rio de Janeiro: 2007.
3. Link: http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/pequim95.htm
4. www.articulacaodemulheres.org.br
5. Sam Harris utiliza este exemplo no livro: HARRIS, Sam. Carta a Uma Nação Cristã. Companhia das Letras, 2008.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Resposta ao Comentarista Anônimo (Por.: H.Gil)

Originalmente postado em: 7:57 PM, 2/8/2010.
 
   Primeiro fico surpreendido pelo fato de que apesar de vivermos em um Estado Democrático de Direito as pessoas ainda optem pelo anonimato. Até parece que vai haver a perseguição de alguém... Ditadura acabou pessoal! Talvez seja pelo fato de que algumas pessoas já saibam que vão se expor ao ridículo... Mas isso é apenas uma teoria... Então sem mais delongas vamos analisar o comentários postado pelo "Comentarista Anônimo" que pode ser visto aqui.

"Se sou devoto, no mínimo, devo me submeter a sacrífios (sacrifícios) ou estar subjugado a determinados rituais que visem me elevar à Divindade.”

   Isso vai de acordo com cada crença. Aliás é o cristianismo que iniciou com essa “história” de que “se chega a divindade” através de sacrifícios. É o cristianismo que prega que temos que sofrer para chegar ao “céu”. Se você compartilha desse tipo de pensamento essa é uma escolha particular sua, mas não pode afirmar que uma pessoa “chega a divindade” (seja lá o que isso queira representar para você) através de sacrifícios ou se subjugando a determinados rituais. Aliás, como se pode pensar em alcançar qualquer tipo de aperfeiçoamento estando-se subjugado?
“Essa é a compreensão geral da humanidade.”


   Não! Essa não é a compreensão geral da humanidade! Essa é a compreensão dos adeptos da fábula cristã! Não confunda as coisas. O fato de você acreditar (compreender dessa forma) não faz que isso seja “a compreensão geral”.

“Até você que se diz incrédulo, tem permeado em sua mente, que de alguma forma, mesmo que pela incredulidade, venha a se redimir.”

   Outro erro grosseiro. Não buscamos nos redimir de nada. Isso porque uma vez mais cumpre dizer que é apenas na fábula cristã que nascemos culpados! E é por isso que vocês (adeptos dessa crença) buscam se redimir. As pessoas que não possuem crença religiosa não estão buscando se redimir, porque afinal de contas elas não nascem culpadas de nada. E não havendo prova alguma de que a fábula cristã é verdadeira não nos preocupamos com isso.

“Se falhamos em algum aspecto, é porque não somos perfeitos... E se não somos perfeitos, sempre buscamos parâmetros de perfeição, mesmo que seja em algo que necessite se submeter ao crivo da experiência, que diga-se de passagem, deva ser aos olhos da imperfeição humana: naquilo que melhoramos, nos destrói.”

   Exatamente. O ser humano não é perfeito está em constante aprendizado (ao menos aqueles que não ficam com sua mente alienadas e paralisadas nos dogmas) e como você foi citado pelo comentarista anônimo, as pessoas vem buscando e aperfeiçoando o conhecimento através de estudos científicos e através da experiência, e esse conhecimento desde sempre tratou de desmentir as fábulas e crendices da doutrina religiosa (seja ela qual for). E essa falácia de que sendo o ser humano imperfeito, sua ciência será imperfeita não se sustenta, afinal de contas é fato notório e incontestável que o conhecimento produzido através da ciência humana se mostra incomparavelmente superior se sopesado ao “conhecimento divino”.

   Aliás, se somos seres imperfeitos, é culpa do deus judaico-cristão (afinal de contas somos criaturas dele) e se existisse e fosse perfeito teria suas criações seriam perfeitas. Sob essa lógica, a partir do momento que nós (seres humanos) não somos perfeitos, decorrência lógica que o deus judaico-cristão também não o seja. Mas é claro que os crentes nunca pararam para pensar nisso.

“Diga-se que quanto mais vivemos e não queremos morrer, mais sofremos. Somos vítimas de tudo que descobrimos e fazemos: quer por obra ou pensamento.”

   O medo dá morte sempre foi algo intrínseco da natureza humano. Contudo os religioso logo souberam se aproveitar disso, produzindo assim o mundo que não existe! O mundo pós-morte, a qual trataram de falsificar como sendo o único “mundo real”. Contudo, já na antiguidade Epicuro tratou de racionalmente acabar com esse “medo da morte” o que consequentemente levou seus ensinamentos a serem difamados pela doutrina cristã.

   E é claro que estamos sob efeito de tudo que criamos, não acho que sejamos vítimas disso. Alguém é vítima quando é prejudicado ou injustiçado. Mas convenhamos uma arma de fogo pode ser utilizada para matar um inocente, como para tirar a vida de um animal que ofereça perigo de vida a nós. Então o problema não é a arma de fogo e sim a pessoa que está portando ela. Consequentemente o problema não está no que descobrimos mas sim, como nos utilizamos disso.

“Você, leitor, já pensou sinceramente em fazer algo pra outro sem pensar primeiramente no que ou quem está mais próximo de você? No mínimo, pensamos em salvar a nossa própria pele; seja aqui, ou noutra vida além que possa existir.”

   Deixa de ser hipócrita! Aqui não se estabeleceu nenhum caso concreto. Então vamos dar uma definição melhor. Qual pessoa daria a sua vida pela de outra pessoa desconhecida? Com sinceridade eu diria que apenas um idiota faria isso! Como poderemos sacrificar aquilo que nos é mais importante em razão de alguém que não conhecemos? Que tipo de benefício ou valor se estabelece com isso? Nenhum! Ninguém seria melhor do que ninguém por fazer isso! Fazemos as coisas pensando primeiro em nós porque procuramos sobreviver.

   Agora esse pensamento é utilizado em situações extremas. Nenhum ateu defenderia a atitude de uma pessoa que tivesse alimentos sobrando e preferisse vê-los estragar a dividir com seus semelhantes. Mas essas afirmações fora de contexto são práticas comum dos religiosos, tais falácias já cansaram de ser fulminadas, mas ante a falta de argumentos sempre voltam a ser utilizadas.

“Se você sinceramente deseja saber quem somos nós, procure em todos os livros do mundo, e verá que somos "bonzinhos" e vá na Bíblia e veja quem realmente é o homem distanciado do Seu Criador.”

   Os religiosos não precisariam ler “todos os livros do mundo” para perceber que acreditam em um ser imaginário. Bastaria utilizar um pouco do raciocínio e ler a própria bíblia para descobrir o monte de mentiras, bobagens e injustiças ali proferidas. Mas a grande maioria dos religiosos é hipócrita também nesse ponto, pois nunca leram a droga do livro sagrado que defendem. E os que se dão o trabalho de ler, leem apenas as partes indicadas por seus padres/pastores, deixando de ler a bíblia como um todo. Isso é o pior, eles não conhecem sua própria religião mas se acham em condições de defendê-la como verdadeira. Só a título de exemplo vou citar algumas coisinhas boas da bíblia tais como essa:

Deuteronômio 2:34 Naquele tempo, tomamos todas as suas cidades e a cada uma destruímos com os seus homens, mulheres e crianças; não deixamos sobrevivente algum.
Deuteronômio 3:6 Destruímo-las totalmente, como fizemos a Seom, rei de Hesbom, fazendo perecer, por completo, cada uma das cidades com os seus homens, suas mulheres e crianças.
1 Samuel 15:2 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel: ter-se oposto a Israel no caminho, quando este subia do Egito
1 Samuel 15:3 Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.
2 Samuel 12:15 Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu gravemente.
Êxodo 12:29 Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos animais.
Em números 31, Moisés ordena, a mando de deus, matar todos os meninos e todas as meninas que já tiveram relações sexuais. As meninas virgens, essas, tiveram o “privilégio” de se tornarem escravas sexuais dos israelitas:
Números 31:17 Agora, pois, matai, dentre as crianças, todas as do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele.
Números 31:18 Porém todas as meninas, e as jovens que não coabitaram com algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós outros.
Deuteronômio 21, 18 Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos,
19 Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;
20 E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.
21 Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra;
Números 31:17 Agora, pois, matai, dentre as crianças, todas as do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele.
Números 31:18 Porém todas as meninas, e as jovens que não coabitaram com algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós outros.
II Reis 2, 23 Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo!
24 E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.
Jeremias 13, 13 Mas tu dize-lhes: Assim diz o SENHOR: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém.
14 E fá-los-ei em pedaços atirando uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz o SENHOR; não perdoarei, nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que não os destrua
Jeremias 19, 9 E lhes farei comer a carne de seus filhos e a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu amigo, no cerco e no aperto em que os apertarão os seus inimigos, e os que buscam a vida deles.
Ezequiel 5, 8 Por isso assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, sim eu, estou contra ti; e executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
9 E farei em ti o que nunca fiz, e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações.
10 Portanto os pais comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a seus pais; e executarei em ti juízos, e tudo o que restar de ti, espalharei a todos os ventos.
Oséias 13, 16 Samaria virá a ser deserta; cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas grávidas serão fendidas pelo meio.
Salmos 137:9 feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra.

   Por fim ainda o comentarista vem falar em “distanciado de seu criador”, mas que criador? Fora do livro mítico de vocês qual a prova da existência desse criador? O criador judaico-cristão é um criador de um determinado nicho. Ele criou apenas uma pequena parcela da população mundial, pois outras religiões acreditam que veem de outros criadores. E você já parou para pensar o que acontecera se você passou a vida toda bajulando o Deus errado?

“Ela não trata nenhum deles como indesculpáveis, mostrando o íntimo de seus corações.”

   Não... ele não trata nenhum... ele deve desculpa eles depois de mandar matar né! O seu deus judaico-cristão é um genocida nato. Mas é claro que você não leu a bíblia nesses pontos né? Como foi exposto anteriormente, o fato de ele mandar matar todas aquelas pessoas deve ter sido apenas por diversão né? Afinal de contas ele não trata ninguém como indesculpável. Perdeu uma bela oportunidade de ficar quieto e não falar bobagem hein.

“O comentarista desse Artigo, se reporta a homens que não foram diretamente inspirados, como se refere a João Calvino, Lutero e outros, e nem sabe distinguir bem quando a Bíblia fala sobre o apóstolo Paulo, profeta Isaías e demais homens de várias nacionalidades, classes econômica, tempo e cultura, que escreveram com acerto, acerca de coisas viriam a acontecer, bem como, embora não se tratando, a Bílbia, de um tratado ciêntífico, mostra com precisão, muitas e muitas declarações científicas feitas até mesmo 700 anos antes de Cristo, a exemplo do profeta Isaías que dizia, divinamente inspirado: "Aquele que está assentado sobre o globo da terra..."

   Hahaha Esse cara é uma piada mesmo. Mas vamos lá. Para começar não se diz “O comentarista desse artigo”, quem escreveu foi o autor, o comentarista é o próprio acéfalo que postou esse comentário sem pé nem cabeça. Continuando... Como saber quem foi diretamente inspirado? Deixa de ser ridículo cara! Isso é a mesma falácia do verdadeiro escocês. E porque não tratou de demonstrar onde estão os erros do autor, já que afirmou que o autor não sabe distinguir bem quando a bíblia fala sobre isso ou aquilo? Ou seja, tá criticando apenas por criticar, fazendo afirmações vazias! 

   O comentarista não sabe nem a diferença entre autor e comentarista, mas acha que interpreta a bíblia melhor do que os ateus. Sugeriria que antes de falar bobagem fosse estudar um pouco de português primeiro. A piada aumenta quando ele afirma: “embora não se tratando a bíblia de um tratado científico, mostra com precisão , muitas e muitas declarações científicas feita até mesmo 700 anos antes de cristo” Primeiro a bíblia não seria um tratado cientifico nem se as vacas voassem! Para um texto científico há um procedimento criterioso.

    A bíblia passa vergonha até se comparada perto de um trabalho de ensino médio! E continuando, se foram tantas declarações científicas e precisas feitas pela bíblia porque ele não citou? O cara não citou nenhuma, e digo nenhuma porque “Aquele que esta assentado sobre o globo da terra..” essa porcaria de trecho diz o que exatamente? Qual declaração científica há ali? Qual declaração científica COM PRECISÃO há ali? Nenhuma! Absolutamente nenhuma! Ou seja, o comentarista anônimo mente descaradamente! Afirma coisas e não demonstra suas afirmações. Mas diga-se de passagem essa também é outra atitude comum entre os religiosos, professam coisas mas nunca demonstram!

“Bem, poderia citar dezenas outras afirmações da Bíblia, que só foram observadas científicamente centenas de anos depois... Mas para não cansar o leitor e para aguçá-lo a pesquisar, deixo por conta do interesse dele, o iniciar a ler a Bíblia, mesmo que com certo preconceito, mas que irá descobrir o peso da verdadeira e da falsa ciência, tão propagada em nossos dias.”

   Se poderia citar dezenas de afirmações porque não o fez? Resposta: Porque não tem! O comentarista anônimo é mais um mentiroso cara de pau! Depois vem com a desculpinha furada de que é para “não cansar o leitor”. Para ele que fique sabendo os leitores ateus/céticos/agnósticos não tem preguiça de ler. Aliás isso é uma característica típica dos religiosos que nunca leram seu próprio livreco mágico. O comentarista anônimo ignora o fato de que o ônus da prova cabe a quem alega os fatos. Assim, o mínimo que se esperaria de uma crítica descente é que ele provasse o que afirmou. Mas é claro que ele preferiu “sugerir” que as outras pessoas procurem, afinal de contas ele sabe que não há nada daquilo que ele afirmou. E confia que as pessoas por preguiça não pesquisem e “engulam goela abaixo” a estúpida afirmação feita por ele.

“Leia a Bíblia de modo crítico e á (a) moda da ciência e verá que as profecias nela contidas verdadeiramente são provas de Sua infalibilidade. Com a palavra, a verdadeira ciência. Obrigado. pelo espaço.
A.P.S”

   O comentarias deveria seguir os conselhos que dá. Se ele lê-se a bíblia de modo crítico e sob a ótica científica não teria escrito as bobagens que escreveu. Mas aqui sempre há espaço para o contraditório e para a manifestação da opinião seja a favor, seja contra.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O absurdo da fé em detrimento aos direitos humanos

Originalmente postado em 2:52 PM, 3/8/2010

   TEERÃ (Reuters) - O Irã rejeitou nesta terça-feira a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo a uma iraniana condenada à morte por apedrejamento, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano.

   A sentença imposta a Sakineh Mohammadi Ashtiani por um relacionamento extraconjugal, que ela nega, despertou protestos de grupos de defesa dos direitos humanos e grande indignação internacional.

   Teerã suspendeu a sentença, que será analisada pelo judiciário do país, mas ela ainda pode ser concretizada. Lula pediu no mês passado que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, permitisse que o Brasil desse asilo a Mohammadi Ashtiani.

   "Pelo que sabemos do senhor (Lula) da Silva, ele tem um caráter sensível e humano, e provavelmente não recebeu informações suficientes", disse o porta-voz do Ministério do Exterior Ramin Mehmanparast, em entrevista coletiva.

   "Podemos dar detalhes do crime dessa pessoa, que foi condenada, e então acho que a questão ficará esclarecida para ele", afirmou o porta-voz. Irã e Brasil se aproximaram neste ano, após Brasil e Turquia mediarem uma proposta de acordo sobre os trabalhos de enriquecimento de urânio do Irã, que o Ocidente teme ser um disfarce para o desenvolvimento de uma bomba atômica. Teerã nega essa acusação e diz que busca a produção de eletricidade.

   Assassinato, adultério, roubo armado, apostasia e tráfico de drogas são todos crimes puníveis com a pena de morte pela lei islâmica do Irã, implementada desde a Revolução de 1979. O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Mohammadi Ashtiani foi condenada em 2006 por ter um "relacionamento ilícito" com dois homens e recebeu 99 chibatadas como sentença.

   A entidade disse que, apesar disso, ela foi depois condenada por "adultério enquanto casada" e sentenciada à morte por apedrejamento. A Anistia lista o Irã como segundo maior executor do mundo, atrás da China, e afirma que o país matou 346 pessoas em 2008. As autoridades iranianas rejeitam frequentemente as acusações de abusos dos direitos humanos e alegam que estão seguindo a lei islâmica.

Fonte: Yahoo.com.br

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ação coíbe a doutrinação religiosa nas escolas públicas

Originalmente postado em: 2:04 PM, 9/8/2010
   MP sustenta que deve ser proibida a contratação de professores que representem determinadas confissões religiosas

   A vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, solicitou, na semana passada, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que deixe claro que o ensino religioso nas escolas públicas só pode ser de natureza não confessional. Na ação direta de inconstitucionalidade encaminhada ao STF, Deborah sustenta que deve ser proibida a contratação de professores na qualidade de representantes de determinadas confissões religiosas.

   Para ela, as aulas devem expor as doutrinas, as práticas, a história e as dimensões das diferentes religiões. Deborah afirma que o Estado é laico e que os educadores devem ser professores regulares da rede pública de ensino e não pessoas vinculadas a determinadas igrejas ou confissões religiosas.

   A escola pública não é lugar para o ensino confessional e também para o interconfessional ou ecumênico, pois este, ainda que não voltado à promoção de uma confissão específica, tem por propósito inculcar nos alunos princípios e valores religiosos partilhados pela maioria, com prejuízo das visões ateístas, agnósticas, ou de religiões com menor poder na esfera sociopolítica — diz a vice-procuradora.

   A Constituição prevê o ensino religioso, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1997, estabeleceu que a definição dos currículos é atribuição dos sistemas de ensino, municipais ou estaduais. Enquanto em São Paulo as aulas são dadas por professores de outras disciplinas, no Rio de Janeiro, são ministradas por representantes das diferentes religiões. Um acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé, promulgado no ano passado, também prevê o ensino religioso nas escolas.

Fonte: Zero Hora, em 09/08/2010.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Pastor que quer queimar Alcorão dá prazo para resposta sobre mesquita.

Originalmente postado em: 5:39 PM, 10/9/2010.

   Terry Jones exige que construção não ocorra mais no Marco Zero de NY. Ele deu 2 horas ao imã da cidade se manifestar, mas não recebeu resposta. O pastor evangélico norte-americano Terry Jones, que ameçou queimar vários exemplares do Alcorão neste sábado (11), intimou nesta sexta-feira o imã que deseja construir uma mesquita próximo ao Marco Zero de Nova York que responda dentro de duas horas se está de acordo em transferir o local da construção do templo.
"Temos um desafio para o imã de Nova York", afirmou Jones numa coletiva de imprensa do lado de fora de sua igreja em Gainesville, Flórida.
"Nós queremos saber e queremos perguntar à imprensa se podem contatá-lo e descobrir se ele concordou em levar a mesquita do Marco Zero para outro local", acrescentou.
   Ele disse ainda que o prazo para uma resposta expiraria às 16h20 (hora de Brasília). O prazo terminou sem que o imã desse resposta. Na véspera, Jones anunciou que recuou do plano de queimar o livro sagrado do Islã, depois de uma onda de pedidos e protestos mundo afora. Ele disse inicialmente ter conseguido um acordo para impedir a construção da mesquita no local dos ataques do 11 de Setembro, mas depois foi contestado.
   O pastor Terry Jones dá entrevista nesta sexta-feira (10) em Gainesville. (Foto: AP) Milhares de afegãos protestaram nesta sexta contra os planos de queimar exemplares do Alcorão. Segundo a agência de notícias Reuters, as manifestações se espalharam para a capital e pelo menos mais cinco províncias.
Centenas de pessoas se reuniram em Cabul, enquanto cerca de duas mil marcharam em direção à prédios do governo em Farah. Segundo uma autoridade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um manifestante foi baleado e morreu nas proximidades de uma base da Otan em Badakhshan.

   Vários ficaram feridos. A manifestação começou após a oração que marcou o fim do Ramadã, ato celebrado com a festa de Aid El Fitr. Equipes de TV fazem plantão em frente à igreja de Gainesville nesta sexta-feira (10). (Foto: AP) Afegãos gritam slogans antiamericanos e queimam pneus em protesto em Jalalabad, leste de Cabul, nesta sexta-feira (10) (Foto: Rahmat Gul/AP) Esta foi a terceira grande manifestação no Afeganistão desde o anúncio de que o pastor americano pretendia queimar exemplares do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, em um protesto contra o fundamentalismo islâmico e a maneira como ele estaria pautando a agenda americana.
 
   As críticas ao plano são inúmeras, do presidente Barack Obama a países como Índia e Indonésia, o de maior população muçulmanda no mundo, passando pelo Vaticano, Irã e Iraque. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também manifestou preocupação com as possíveis consequências da queima do Alcorão.
Fonte: G1/mundo